SELIC A 15% — E AGORA?

O que muda para os investimentos com a Selic em 15%a.a

Mais uma elevação na Taxa Selic

Na última reunião, o Copom decidiu elevar a taxa Selic para 15% ao ano, justificando que o cenário segue bastante desafiador, tanto no Brasil quanto no exterior. A ata trouxe um tom claro de preocupação: a inflação segue pressionada, as expectativas permanecem desancoradas e há riscos relevantes no cenário fiscal e internacional.

O Copom destacou que, embora a atividade econômica esteja começando a dar sinais de desaceleração, o mercado de trabalho continua aquecido e a inflação, especialmente de serviços, mostra resistência em ceder. Além disso, o cenário externo — com juros altos nos Estados Unidos e tensão geopolítica — continua exigindo cautela dos países emergentes, como o Brasil.

🚦 O que esperar daqui pra frente?

O próprio Comitê sinalizou que este pode ser o fim do ciclo de alta dos juros, mas isso não significa que a taxa vá começar a cair tão cedo. A Selic deve permanecer em um patamar elevado por mais tempo, até que as expectativas de inflação voltem para dentro da meta e o cenário fiscal se mostre mais claro.

📈 Impacto na renda fixa:

A boa notícia para quem investe em renda fixa é que os títulos seguem extremamente atrativos. Investimentos pós-fixados (atrelados ao CDI) continuam com rentabilidades muito interessantes. Títulos prefixados e IPCA+ também oferecem taxas elevadas, mas exigem cautela na escolha dos prazos, já que a expectativa de queda de juros ficou mais distante.

📉 Impacto na bolsa:

Por outro lado, o cenário é mais desafiador para a bolsa de valores. Juros mais altos pressionam os custos das empresas, especialmente aquelas mais alavancadas, e tornam os investimentos em renda variável menos atrativos frente aos juros altos da renda fixa. Apesar disso, ações de setores mais resilientes, como energia, saneamento, bancos e seguradoras, tendem a se sair melhor nesse ambiente.

Além disso, empresas que têm receitas dolarizadas ou que se beneficiam do câmbio também podem ser interessantes, considerando a pressão cambial que acompanha esse cenário de incertezas.